top of page
Foto do escritorVictória Profirio

Empreendedorismo feminino: os desafios da mulher na liderança de empresas de tecnologia

Atualizado: 14 de nov. de 2022

*Por Luana Ribeiro


No mês de novembro comemora-se o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino, uma iniciativa das Nações Unidas em parceria com instituições globais de incentivo à criação de negócios próprios, comandados por mulheres. A data simbólica levanta questões importantes que destacam os desafios e as conquistas femininas em seus projetos profissionais, evidenciando a luta contra a desigualdade de gênero, a sobrecarga de trabalho e até mesmo a autossabotagem.


Segundo uma pesquisa realizada pelo Sebrae no início deste ano, 48% das aberturas de contas MEI foram realizadas por mulheres, cerca de 30 milhões de empreendedoras estão à frente de algum tipo de negócio e 45% delas são chefes de família. Já no quesito competências e habilidades, as mulheres provaram ser 16% mais qualificadas do que os homens. Entretanto, o estudo mostra ainda uma disparidade acentuada sobre a faixa salarial no país, já que uma mulher fatura 42% menos do que os homens, mesmo ocupando cargos iguais.


Empreender não é uma tarefa simples e, muitas vezes, os desafios surgem ainda durante a fase de aprendizado. Em universidades ou empresas especializadas no ramo de tecnologia, por exemplo, a presença feminina ainda aparece em menor escala, entretanto, com o passar dos anos, o processo de contribuição para o desenvolvimento tecnológico realizado por mulheres tem viabilizado um cenário que busca cada vez mais equilíbrio e representatividade.


Embora o número de empreendedoras cresça a cada ano, ainda não é comum encontrarmos muitas mulheres ocupando cargos de liderança, principalmente em empresas de inovação e tecnologia. Muitos fatores contribuem para a falta de representatividade feminina neste mercado, como a dificuldade em serem reconhecidas como profissionais em ambientes até então majoritariamente masculinos, a diferença salarial e, principalmente, o descrédito por pontuar ideias, ou manter um posicionamento.


Além de razões relacionadas ao machismo estrutural, que insiste em perdurar por anos a fio, outro fator muito comum que impede grandes personalidades femininas de chegarem, ou manterem cargos de liderança, é a famosa síndrome da impostora, uma desordem psicológica que reforça a perda de confiança em si mesma e o sentimento de insucesso, principalmente na vida profissional.


De acordo com a pesquisa ‘’Acelerando o futuro das mulheres nos negócios’’, produzida pela KPMG, no ano passado, cerca de 56% das executivas entrevistadas temem que as pessoas ao seu redor não acreditem que elas são capazes de desempenhar suas funções; 57% disseram reconhecer a síndrome da impostora quando assumiram um novo papel de liderança; e 47% afirmaram sofrer com a essa desordem devido ao fato de que nunca esperavam atingir determinado grau de sucesso em suas carreiras. O estudo revelou ainda que 81% das mulheres colocam mais pressão sobre si mesmas para não fracassarem.


O empreendedorismo feminino possui grande potencial transformador em nossa sociedade, principalmente porque traz à tona debates sobre relações sociais, crescimento econômico, equidade de gênero e o destaque sobre a ascensão das mulheres no mundo dos negócios. Ainda há muitos obstáculos a serem enfrentados, entretanto, é importante ressaltar que o empoderamento da mulher no ambiente de trabalho tem o poder de influenciar e incentivar muitas outras a fazerem o mesmo, e chegarem cada vez mais longe.


Luana Ribeiro é CEO da DevApi, startup de integração de sistemas




Resultados:





11 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page