A iniciativa que tem como objetivo ajudar mulheres com burnout, é gratuita e ocorrerá de maneira virtual, as inscrições vão até o dia 13 de março
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O Dia Internacional da Mulher é uma data importante para reconhecer as conquistas e desafios das mulheres em todo o mundo, entretanto, aspectos como a saúde mental e o bem-estar feminino, ainda precisam ser debatidos e reiterados com frequência. Após o sucesso do primeiro encontro, do Grupo de Apoio Terapêutico para Mulheres com Burnout, idealizado pelo Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas - Ipefem, estão abertas novas oportunidades de cadastro para a participação no projeto.
A iniciativa, que é gratuita e ocorrerá de maneira virtual, tem como objetivo auxiliar mulheres que apresentam sintomas relacionados à síndrome de burnout, através de terapias em grupo, de forma a ensinar a identificar e interromper violências socioemocionais no trabalho. As inscrições que antes eram aceitas até o dia 08 de março, agora poderão ser realizadas até o dia 13 do mesmo mês.
Devido aos múltiplos papéis e responsabilidades, que incluem desde o cuidado com a família, até trabalhar fora de casa e lidar com as pressões sociais, as mulheres enfrentam muitos fatores de risco para a saúde mental, não é atoa que os dados sobre a síndrome de burnout no gênero feminino são cada vez mais alarmantes.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Women Work em 2022, com um recorte sobre o ambiente de trabalho no Brasil, revelou que cerca de 44% das mulheres se sentem esgotadas. Destas, 35% tiveram que ser afastadas dos cargos em que atuavam por conta de sua saúde mental.
Para a psicanalista e idealizadora do Ipefem, Ana Tomazelli, o burnout afeta muito mais mulheres do que homens por conta de uma combinação de fatores relacionados à desigualdade de gênero. ‘’É fundamental abordar os fatores sociais e estruturais que afetam a saúde mental das mulheres, incluindo a igualdade de gênero, a equiparação de oportunidades no ambiente de trabalho, além do auxílio e apoio em relação a maternidade ou a vida pessoal como um todo. Isso pode ajudar a criar um ambiente mais saudável e equitativo para as mulheres’’’, pontua a especialista.
Apoio terapêutico
O burnout é um problema de saúde mental que pode afetar significativamente a vida das mulheres, portanto, para além de comemorar ou levantar bandeiras de luta no mês dedicado a elas, é importante que a sociedade debata sobre a exaustão em diversos papéis sociais, bem como redes de apoio, além de políticas internas de cuidado para mulheres dentro do ambiente corporativo.
Buscar auxílio em projetos terapêuticos pode ajudar as pessoas a lidar com uma variedade de problemas como ansiedade, estresse, além de outras adversidades, emocionais e comportamentais. ‘’É importante que as mulheres tenham acesso a recursos e serviços de saúde mental adequados, incluindo apoio emocional, aconselhamento e tratamento médico. Estar em um espaço seguro, confidencial e onde possa compartilhar seus medos ou problemas, é o primeiro passo para começar a lidar com emoções difíceis’’, finaliza Tomazelli.
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