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Foto do escritorVictória Profirio

O que os desenvolvedores brasileiros têm em comum com os jogadores de futebol?

Atualizado: 14 de nov. de 2022

*Por Fellipe Couto


Não é segredo que o mercado de tecnologia vem ganhando cada vez mais destaque com o passar dos anos. Isso acontece devido às novas soluções de desenvolvimento e automação de processos que antes eram realizadas exclusivamente por agentes humanos. Com o mercado em ascensão, a necessidade de contratar profissionais cada vez mais preparados para atender as expectativas dos negócios basicamente dobrou.


Conforme a inovação avançou, as organizações perceberam que suas demandas deveriam se ajustar às novas tecnologias, principalmente com a chegada da pandemia, que exigiu não só o aperfeiçoamento, mas também a introdução de novos processos. E um dos principais agentes neste momento de transformações são os desenvolvedores.


Com isso, o mercado de TI no Brasil está aquecido. Atualmente, muitas empresas têm buscado por profissionais que trabalhem diretamente com tecnologia de dados, desenvolvimento de softwares, além, é claro, de outros setores, como segurança e acessibilidade. No entanto, embora a demanda de vagas seja alta, não há formação suficiente de especialistas na área.


Segundo dados do Relatório Setorial de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), produzido pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais), até o ano de 2024, a demanda de profissionais de tecnologia no país será de 70 mil e, atualmente, por ano, o Brasil forma 46 mil profissionais com perfil tecnológico.


Os especialistas já formados e que possuem boas qualificações também não se sentem tão dispostos a continuarem trabalhando no Brasil. Isso porque, o salário e as condições de trabalho do exterior são bem mais vantajosos, incluindo o fato de ter a oportunidade de conhecer novas culturas e aprender um novo idioma, o que deixa seu portfólio muito mais atraente.


Uma forma simples de explicar como essas decisões vêm ganhando espaço é fazermos um comparativo com o mundo esportivo. Por exemplo, um jogador de futebol no Brasil, que já faz parte de um grande time, pode se tornar visado por equipes estrangeiras devido ao seu alto desempenho.


Ao ser descoberto por novos times, negociações começam a surgir e, em algum momento, será inevitável não cogitar aceitar a oportunidade de uma nova remuneração ou até mesmo o destaque que um novo ambiente pode oferecer. E, além disso, o dólar pode ser um fator decisivo importante, quando um profissional pode chegar a ganhar cinco vezes mais, devido à diferença de moeda - os 6 mil reais competem com os mesmo 6 mil, multiplicados em dólar.


Para exemplificar, na tabela abaixo está a comparação entre a média salarial das vagas internacionais com vagas brasileiras para o mercado de tecnologia:


Assim como o mercado futebolístico no Brasil é competitivo em relação a novos talentos, o mercado tecnológico funciona da mesma maneira. É muito comum uma glamourização sobre as oportunidades oferecidas no exterior, principalmente porque existem poucas empresas em nosso país que são referências mundiais. Neste caso, podemos dizer que os profissionais de TI seguem os mesmos pensamentos dos jogadores que, ao serem contratados por equipes estrangeiras, consideram que estão sendo promovidos para a ´Série A`, ou no caso, o primeiro escalão da tecnologia.


De maneira geral, é possível percebermos diversas semelhanças entre as áreas do esporte e da tecnologia. Novas oportunidades estão sempre surgindo, mas, mesmo com a alta demanda e ótimas qualificações, oferecer ao contratado menos do que ele receberia em outros países, dificilmente o manterá interessado.


Dessa forma, também é necessário discutir o quanto o ramo de negócios está disposto a buscar inovações, inclusive na contratação de seus especialistas. São exemplos de melhorias: base salarial adequada, investir na prospecção de talentos juniores e, principalmente, reconhecimento do trabalho que os desenvolvedores exercem. Neste momento entra o employer branding, o investimento das empresas brasileiras em serem “lugares do sonho” para se trabalhar, com fit técnico e cultural com seus candidatos.

*Fellipe Couto é CEO da Vulpi, empresa especializada em soluções de RH Tech



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