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Foto do escritorVictória Profirio

Coletiva: Maria do Caritó


Na tarde de ontem, 21 de outubro, comparecemos a Coletiva de Imprensa do filme ´´Maria do Caritó``, o evento ocorreu logo após a exibição do longa para jornalistas, e contou com a presença do diretor João Paulo Jabur, os roteiristas Newton Moreno e José Carvalho, os produtores Elisa Tolomelli e José Alvarenga Jr., os atores Leopoldo Pacheco, Gustavo Vaz, Fernando Sampaio, além das atrizes Kelzy Ecard e Lilia Cabral, que também atuou como coprodutora.


´´Maria do Caritó`` conta a história de uma mulher, cuja o sonho era encontrar seu verdadeiro amor, porém, ela foi prometida a um Santo logo após seu nascimento, devido a complicações no parto. Com a chegada de um circo na cidade, Maria (Lilia Cabral) acredita ter encontrado seu noivo, e a inspiração para tentar algo fora de sua realidade.


Ao ser questionado sobre a influência da Literatura de Cordel no roteiro, Newton Moreno relembrou que o longa é baseado em sua peça teatral, e que na verdade, a inspiração foi a sua primeira experiência estética em relação ao circo, como se o picadeiro fosse um convite para ser artista, e que isso reascendia suas lembranças em sua cidade natal, no interior de Pernambuco.


José Carvalho complementou a fala de Newton, explicando que tanto o circo, quanto o melodrama são derivados da ópera, e embora poucos saibam, ela tinha origem popular. Contou que a ideia de acrescentar um diálogo cantado ao longa, era para que as pessoas iletradas também pudessem compreender, e a junção da obra circense com o drama é exatamente o que define o filme.


Lilia Cabral relatou um pouco sobre como foi o processo de decidir protagonizar Maria nos cinemas, anos após a homônima peça de teatro. A atriz explicou que sempre foi questionada sobre a adaptação da obra para as telonas, mas que desde o início foi muito reticente. Ela explicou que quando viveu Caritó, estava no auge de seus 50 anos, e por isso acreditava que deveria realizar um trabalho clássico. Um dos motivos pelo qual Lilia aceitou reproduzir sua personagem, foi pelo desafio pessoal de romper barreiras, e de fazer com que o público sentisse uma proximidade com o que ela estava representando.


A história é contada em um sertão imaginário, porém, existem algumas críticas políticas retratadas também de forma implícita em algumas cenas. Questionados se isso era algo intencional, Lilia Cabral e Leopoldo Pacheco, responderam que os problemas políticos sempre existiram, e que a peça também tratava dessas opiniões.


João Paulo Jabur completou a fala dos atores explicando que apesar das críticas implícitas e explicitas, o filme é uma obra delicada, existe muita sinceridade e poesia nas questões abordadas. O elenco ainda finalizou relembrando que a peça esteve em cartaz em 2010, e que as filmagens do longa começaram em 2017, e que isso só mostra o quanto esse ponto político tornou-se recorrente.



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