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Foto do escritorVictória Profirio

Entrevista com o diretor Anatol Schuster

1 - Este foi o primeiro e último filme de Ahuva Sommerfeld. Como foi feita a escolha da atriz? E como foi para vocês trabalharem juntos?

Ahuva Sommerfeld me inspirou a escrever a história. Eu imediatamente me apaixonei por ela e não teria feito o filme com outra atriz. Escolhê-la como protagonista (que nunca atuou antes) exigiu, em consequência, uma abordagem diferente da filmagem usual. Mais importante ainda, criando uma boa atmosfera para que Ahuva pudesse se abrir para nós e para a câmera. Ahuva se adaptou muito facilmente a todas as coisas técnicas („Não olhe para a câmera" etc.). Ela acabou se tornando uma atriz muito boa. A realização significou muito mais do que um filme. Compartilhamos momentos preciosos e passamos a vida juntos.


2 - O desejo de morte da personagem é intrigante, e nos faz questionar por que ela gostaria que isso acontecesse. Qual foi sua inspiração para produzir esta história?

Para simplificar: a Sra. Stern é Ahuva. Mas Ahuva não é a Sra. Stern. Ahuva Sommerfeld concordou em fazer o filme - mas não sobre ela mesma. A ficção (ser outra pessoa) era muito importante para ela. Nós conversamos e discutimos muito sobre o conflito de Sobreviventes do Holocausto que de um lado "sobreviveram" ao horror, mas do outro lado tiveram que viver com um sentimento de culpa ("Por que eu sobrevivi e outros não?"). o confronto permanente com a morte é um conflito trágico que se manifesta em seu desejo de morrer.


3 - Quando Stern está com a neta e os amigos, ela se sente bem, como se repensasse seu desejo de morrer. É possível que o personagem queira apenas acabar com sua solidão e não necessariamente com sua vida?

Sim, possivelmente.


4 - A última cena é sem dúvida uma das melhores do filme. Como você descreveria o que acontece com Stern naquele momento?

Bem, eu não quero exagerar. Mas sim, a última imagem significa muito para mim. Autobahn é algo muito alemão. Todos os carros estão presos em um engarrafamento. Mas a Sra. Stern está livre. Ela dança - na direção errada. Ela dança em direção ao seu fim.


Créditos: Anatol Schuster / divulgação

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