Stern é uma senhora de 90 anos, sobrevivente do Holocausto. Ela pensa em interromper sua vida, mas a cada tentativa é surpreendida por alguma outra situação. Ela vive na Berlim atual, e costuma passar seu tempo com sua neta, e seu diversificado grupo de amigos. Quando está entre os jovens, Stern se sente viva, busca aproveitar ao máximo esses momentos, mas isso entra em conflito com seu anseio pela morte.
O longa “Senhora Stern” de Anatol Schuster e que será lançado nesta sexta-feira (16) diretamente nas plataformas de streaming, é uma produção que consegue transitar perfeitamente entre a linha tênue que existe sobre a percepção da vida e da morte. O filme nos apresenta uma personagem marcada pelo passado, mas que agora vive confortavelmente cercada por aqueles que a amam, e mesmo assim é como se algo não se encaixasse.
Frau Stern é protagonizada por Ahuva Sommerfeld, o longa foi o primeiro e último trabalho da atriz, que faleceu em 2019, após o término das filmagens. Ela também foi a inspiração que Anatol precisava para escrever a história.
Nas cenas finais, uma frase chama atenção: ´´existem pessoas incuravelmente infelizes“. Em poucas palavras, esta talvez seja a descrição da vida de grande parte das pessoas. No caso de Stern, a felicidade, ou a falta dela, nem eram assuntos a serem discutidos, já que a protagonista vivia em modo automático, tudo tornou-se banal, não existia mais entusiasmo por nada, nem ninguém. Ela apenas existia.
O filme alemão se aprofunda em um tema muito significativo, mas pouco discutido, ele não fala sobre a vida, ou a morte, mas sobre o que está entre eles. A história da protagonista é comovente e intrigante, ela nos obriga a tentar identificar o que está errado, e prende nosso imaginário em diversas possibilidades.
É interessante pensar que talvez nada esteja errado, e que por, mas polêmico que seja esse assunto, podemos compreender que a vida nem sempre é feita de motivos que justifiquem nossas ações.
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