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Foto do escritorVictória Profirio

Crítica: A Guerra de Anna

Atualizado: 14 de nov. de 2022


Anna (Marta Kozlova) é uma menina de seis anos, que acorda em meio a um amontoado de pessoas mortas devido a execução em massa de judeus. Encontrada por um casal, a garota é levada até um escritório de um comandante nazista, lá ela se esconde durante dias em uma chaminé em desuso, onde tenta sobreviver em meio a condições precárias.


´´A Guerra de Anna`` (Anna´s War) dirigido por Aleksey Fedorchenko, se passa em 1941, na União Soviética, e embora seja um filme configurado pelos aspectos de uma guerra, sua principal característica, está voltada a ressaltar a visão individual de uma garotinha, e sua obrigatoriedade em manter-se invisível em nome de sua sobrevivência.


E é exatamente esse o ponto determinante de toda a história. O longa possui uma narrativa angustiante, o único diálogo que escutamos só ocorre com a presença de soldados, crianças, e mulheres que ocupam o escritório durante o dia, enquanto Anna observa a vida passando através de pequenas rachaduras contidas no espelho da chaminé.


O anoitecer é o único momento em que a menina pode sair de seu esconderijo, ela aproveita as poucas horas em que está sozinha, para procurar por comida, água, e tecidos que a ajudem a manter-se aquecida durante o inverno. Anna é esperta, e apesar de muito nova, não encontra dificuldade em cuidar de si mesma, porém, apesar das circunstâncias, ainda estamos falando de um ser humano cuja sua maior necessidade, deveria ser o afeto familiar, e uma vida digna.


Entre momentos que oscilam entre a solidão e uma pequena esperança de sobrevivência, o longa nos faz mergulhar em um enredo que apesar de ser transmitido pelos olhos de uma criança, não o faz ingênuo, e tampouco ameniza a situação vivida naquela época.


A dor e o desespero da personagem estão presentes em todas as cenas, o que não nos permite esquecer jamais, de toda maldade que o ser humano é capaz de ocasionar. Somos seres propensos a adaptações, desde que elas se baseiem em nossa sobrevivência, e ainda assim, não é suficiente para mantermos nossa humanidade.



Texto publicado no site A Toupeira, em 28/05/2020


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