Abe (Noah Schnapp) é um garoto que mora com seus pais em um dos bairros mais famosos dos Estados Unidos, o Brooklyn. Apaixonado por culinária, ele inicia um curso de gastronomia, tornando-se aprendiz de Chico (Seu Jorge), um chefe brasileiro que apresenta pratos típicos do Brasil pelas redondezas. O jovem pertence a uma família repleta de conflitos religiosos, em meio a uma mistura de judias e palestinos, ele acredita que a comida talvez possa oferecer a união entre as partes.
O filme retrata a vida atípica de um menino de 12 anos, Abe é a representação de um adolescente prodígio, popular nas redes sociais por compartilhar o resultado de suas receitas. Ele encontra na culinária uma tentativa de solucionar problemas, acreditando que essa seja a melhor maneira de desmitificar crenças e acabar com a barreira da intolerância e do preconceito.
Apesar de ter nascido em uma família conflituosa, o garoto possui a virtude da ingenuidade, transformando seus sentimentos em paixão e desenvolvendo ideias simples que poderiam facilmente exterminar qualquer confusão no mundo. O longa buscou inserir uma narrativa leve a história, como se estivesse preenchendo as lacunas das adversidades que ele mesmo criou.
Um outro ponto interessante que dá forma a tudo o que está sendo apresentado, são os recortes de fotografia, sonoplastia, ambientação e passagem de tempo. A produção é colorida, se integra a modernidade das novas gerações através dos posts e diálogos das mídias sociais, além de oferecer uma história rápida, que não explica muito sobre o passados dos personagens, mas que consegue fazer seu papel de manter o espectador entretido.
De forma geral, o filme é uma boa indicação para aqueles que apreciam enredos de conciliações familiares por meio das boas ações, deixando transparecer o sentimento de afeto entre os personagens e principalmente a relação com a comida, que é na verdade, a grande protagonista da vida real, contando histórias de famílias, de culturas e acima de tudo, do lugar que chamamos de lar.
Texto publicado no Cinema & Companhia, no portal ArteCult, em 03/08/2021.
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