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Foto do escritorVictória Profirio

Crítica: Anton, Laços de Amizade

Atualizado: 14 de nov. de 2022



Em 1919, em uma pequena vila na Ucrânia, Anton - um garotinho católico, e Jakob – um menino judeu, selam os laços de uma verdadeira amizade, que nem mesmo a guerra, ou as crenças religiosas serão capazes de destruir.


´´Anton – Laços de Amizade`` (Anton) dirigido por Zaza Urushadze, tem sua trajetória contada no período pós Segunda Guerra Mundial e a Revolução Russa. A região onde vivem os personagens, abriga descendentes de imigrantes alemães que se estabeleceram nas terras próximas ao Mar Morto, vivendo junto ao povo judeu, que também se encontra em meio a luta por liberdade.


Assim como muitos outros títulos, o longa opta por abordar a amizade entre as crianças como um tema cativante, mas engana-se aquele que pensa que esse é o foco central da narrativa. O filme é uma verdadeira aula de história, cita referências e nomes historicamente importantes para entendermos sobre uma época de obscuridade, que nem sempre é retratada.


É comum assistirmos produções com temáticas relacionadas ao regime nazista, mas poucos são aqueles que falam sobre o totalitarismo que assolava a Rússia, principalmente durante a Guerra Civil, envolvendo o governo bolchevique.


Muitos se lembram de Lenin - chefe de governo na chamada Rússia Soviética, no entanto, o filme aborda a história de seu sucessor – Leon Trótski, criador do Exército Vermelho, mencionado diversas vezes no decorrer da narrativa. Os períodos em que esses dois líderes estiveram no poder, resumiram-se a tempos violentos, porém, essas fases são retratadas de forma muito sútil, através da perspectiva dos garotos.


Não são somente os fatos históricos que são contados ao longo da produção, um pouco de filosofia também é acrescentada ao roteiro para fazer a junção entre os pensamentos de Trótski e suas ideologias. A Teoria Marxista é citada em duas cenas essenciais para seguir a linha de raciocínio do personagem, em uma delas, Leon deixa subentendido que se baseia em uma única vertente da teoria – mudança social, com a obviedade da classe dominadora.

O longa é muito rico em detalhes, e o fato de ter sido produzido através do ponto de vista de Anton, suavizou algumas situações. A história em si é muito triste, mas ela consegue despertar esperança, e ressaltar o quanto vale a inocência de uma criança mesmo em tempos sombrios.



Texto publicado no site A Toupeira em 18/06/2020.


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