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Foto do escritorVictória Profirio

Crítica: Até que Você me Ame

Atualizado: 14 de nov. de 2022



´´Até que Você me Ame`` (Hippopotamus) dirigido por Edward A. Palmer, conta a história de Ruby (Ingvild Deila), uma jovem que acorda em um quarto branco praticamente vazio, e com restrição de seus movimentos, já que seus joelhos estão machucados. Ela se depara com Tom Allcroft (Stuart Mortimer), o homem que a sequestrou, e que deixa claro que só a libertará, quando a garota se apaixonar por ele.


Esse é sem dúvida, um daqueles filmes que você começa sem entender nada, e termina da mesma maneira. Isso porque a história é contada através de diferentes pontos, que podem vir a confundir os espectadores, fazendo com que as pessoas não compreendam aonde a narrativa deseja chegar, abrindo espaço para interpretações.


Logo de início, a única coisa que sabemos é que Ruby foi sequestrada, e que só está ali porque Tom deseja que ela se apaixone por ele, não existe mudança de cenário, e tampouco uma breve introdução sobre como as coisas chegaram aquele ponto. É nesse momento que percebemos que o próprio vilão tenta desencadear na jovem, a famosa Síndrome de Estocolmo, sua aproximação com a garota vai acontecendo de forma gradual e atenciosa, demonstrando que ele a conhece bem, e que não lhe fará mal.


Com o avanço da história, Ruby descobre que possui um distúrbio chamado amnésia retrógrada, e conforme alguns fatos vão sendo revelados, o longa inverte os papéis dos personagens, a jovem indefesa passa a representar o próprio motivo de estar naquela situação.


É a partir deste ponto que questões como abuso sexual, sequestro, e até mesmo a condição neurológica da jovem são abordados, formando uma junção de conflitos que supostamente ditaram o rumo da narrativa. O longa dá entender que apesar dos acontecimentos terem sido angustiantes, eles foram necessários em nome do amor e do cuidado.


O longa acaba se encaminhando para um desfecho confuso, não sabendo amarrar as pontas soltas que surgiram no decorrer da história. Alguns aspectos ficaram entre abertos, não sendo explicados da maneira como deveriam, fazendo com que mais uma vez a narrativa se tornasse interpretativa aos olhos do espectador.



Texto publicado no site A Toupeira em 11/06/2019.


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