Se alguém lhe perguntasse como você descreveria a juventude atualmente, o que você diria?. Estamos falando da famosa geração Y, ou também chamada de Millennials, que se refere aos nascidos durante as décadas de 1980 e 1990. Gerados em um período de grande avanço tecnológico, criamos um universo particular onde nossa vida virtual, possui total relevância sobre quem somos.
Fluidity (Fluidity) dirigido por Linda Yellen, conta a história de dez jovens nova iorquinos, cuja vidas sexuais se cruzam, através das redes sociais que utilizam. Uma nova era definida por uma geração que despreza a convencionalidade, traz à tona conexões, e experiências, que podem ser invalidadas quando saem das telas dos celulares.
O longa faz uma crítica muito interessante sobre as formas como utilizamos as mídias sociais. O que antes era apenas uma ferramenta de entretenimento, agora, é nossa principal fonte de sociabilidade, onde somos dependentes de curtidas, comentários, e seguidores, não só para formar uma suposta identidade, mas para criar um vínculo com as pessoas pertencentes ao mesmo círculo.
Muitas pessoas já são adeptas das tradicionais redes sociais como Facebook, Twitter, ou Instagram, mas a produção fez questão de ressaltar a ascendência de novas mídias voltadas ao namoro e ao sexo virtual.
A cada dia que passa, trocamos as interações humanas pelas relações virtuais, cada vez menos precisamos do contato físico, tudo o que interessa, é alguém com um perfil que corresponda as nossas idealizações, o famoso ´macth`, famosa expressão usada no Tinder. Dessa forma, não só perdemos a capacidade de nos relacionarmos com alguém fora de um aplicativo, como nos submetemos a uma dependência individualizada, onde imaginariamente somos amigos de todos, e ao mesmo tempo de ninguém.
Uma outra proposta do longa, foi a representatividade da comunidade LGBTQ+, que poderia ter sido explorada de uma outra maneira. A produção é composta basicamente pela vida sexual dos jovens, e esquece de dar ênfase a outros assuntos importantes, que poderiam ter sido debatidos.
Ainda assim, o filme faz apontamentos interessantes sobre a Modernidade Líquida, e como as relações humanas têm se tornado cada vez mais supérfluas.
Texto publicado no site A Toupeira em 02/07/2020;
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