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Foto do escritorVictória Profirio

Crítica: Tudo Pela Minha Filha

Atualizado: 14 de nov. de 2022


´´Tudo Pela Minha Filha`` (Desperate Love/Losing Lerato) dirigido por Sanele Zulu, conta a história de Thami (Kagiso Modupe), um jovem pai, que entra em desespero quando as coisas em sua vida saem do controle, e sua ex esposa o impede de visitar sua própria filha, Lerato (Tshimollo Modupe).


Tentando a todo custo manter um relacionamento com a criança, e sem muitas opções, Thami decide ir até as últimas consequências para conseguir o que deseja, porém, suas ações acabam colocando em risco seu futuro com Lerato.


Tem sido cada vez mais comum, assuntos como a responsabilidade afetiva, e o abandono parental, serem discutidos de forma mais assídua na sociedade, no entanto, não é difícil encontrarmos situações, em que muitas vezes a própria mãe da criança, a proíbe de ter ou desenvolver um laço afetivo com o pai.


Embora essa pareça ser uma condição atípica, ela pode ocorrer por diversos fatores, e o longa soube bem como empregá-los. O drama destacou pontos determinantes, que juntos, poderiam ter feito qualquer telespectador, se colocar no lugar do protagonista, afinal, superamos nossos limites por alguém que amamos.


A produção segue uma narrativa angustiante desde o início, principalmente porque observamos o desenrolar dos fatos, sem entender o motivo pelo qual determinadas ações foram tomadas. Apesar de conter um certo suspense, é possível se afeiçoar ao protagonista de imediato, pois, independente das circunstâncias, é nítido o amor que Thami demonstra pela filha.


Embora determinadas ações parecessem injustificáveis, compreendemos que todas as circunstâncias conduziriam a um único desfecho. Os últimos minutos são os mais desesperadores do filme, a narrativa torna-se imprevisível, e conforme toda a história vai sendo revelada, é possível sentir o sofrimento dos personagens.


Apesar da tensão em determinadas cenas, o filme possui uma história emocionante. Embora estivesse camuflado pela tristeza, e pelo desamparo, o amor é quem dita os rumos dos acontecimentos. Provando que muitas vezes diante do desespero, somos tomados pela irracionalidade, e ainda assim, acreditamos que podemos justificar qualquer ato em nome de nosso sentimento.



Texto publicado no site CFNotícias em 17/09/2020.


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