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Foto do escritorVictória Profirio

Crítica: Um Grito de Liberdade

Atualizado: 14 de nov. de 2022



´´Um Grito de Liberdade`` (Annem) dirigido por Mustafa Kotan, retrata a história de Ayse (Sumru Yavrucuk) uma mulher generosa, capaz de fazer o impossível pela felicidade de sua filha Lazli (Ozge Gurel), que em contrapartida, tem vergonha de sua mãe, e encontra em sua jornada para a faculdade um pretexto para ignorar suas raízes. Com o passar dos anos, o desejo de voltar para casa aumenta, e a jovem precisa rever o que deixou pelo caminho.


Essa com certeza é uma daquelas produções que nos fazem ter um misto de sentimentos, independente se agradará a todos os públicos ou não, é impossível não se sentir tocado pela história em algum momento. Isso porque o drama contido no filme, se baseia em dois pontos que muitas vezes também estão ligados na vida real - o amor incondicional, e o egoísmo.


Lazli se preocupa apenas com seus desejos, e com a imagem que as pessoas possuem dela, não se importando se suas palavras ferem sua mãe, que mesmo sendo desprezada tantas vezes, ainda enxerga sua filha como uma garotinha. O choque causado entre os extremos de cada sentimento, gera o conflito principal do filme, é ele quem desenrola e conclui a história.


Apesar de existirem muitos longas com a mesma proposta, ´´Um Grito de Liberdade`` não é um filme com final clichê, a partir da metade da história já é possível ir criando algumas hipóteses sobre como tudo termina, e mesmo assim, a conclusão não será o que todos esperam.


Vale ressaltar que apesar disso, a produção teve como objetivo, o desenvolvimento afetivo e individual das personagens, tentando relacionar valores como o amadurecimento, e o perdão, buscando também que o espectador faça uma reflexão sobre a forma como trata as pessoas ao seu redor, e como isso impacta sobre as decisões que tomamos ou não.


O filme tem origem Turca e particularmente esse foi o ponto que me chamou mais atenção, tanto pela sensibilidade, quanto por estar se adequando a cultura ocidental, principalmente no que diz respeito a mulher. Tenho observado que em diversos longas, questões como a educação, as vestimentas, e o comportamento feminino não tem sido mais um tabu, sendo discutidos mais abertamente. Então, esse com certeza também é um filme para ser visto através desses detalhes.



Texto publicado no site A Toupeira em 11/06/2020.


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