´´Minhas férias com Patrick`` de Caroline Vignal, conta a divertida história de Antoinette Lapouge (Laure Calamy), uma professora de escola primária que aguarda ansiosamente as férias de verão, para aproveitar uns dias ao lado de seu amante Wladimir Loubier (Benjamin Lavernhe) pai casado de uma de suas alunas.
Acontece que o rapaz cancela o programa, para viajar com a esposa e a filha. Obstinada, Antoinette decide ir para os mesmos lugares onde a família se hospedará. Durante sua aventura em nome do amor, ela acaba na companhia de Patrick, um jumento teimoso, que se tornará seu confidente e melhor amigo.
Antoinette está bem longe de ser a típica mocinha das famosas comédias românticas que estamos habituados a ver. Isso porque a produção nos entrega uma personagem heterodoxa, e até mesmo um pouco desajustada, evidenciando uma certa ingenuidade no que se refere a calorosa paixão que está sentindo. A professora é espevitada, se lança em situações sem pensar a respeito das consequências, e não tem medo de demonstrar o que sente, é quase impossível não se afeiçoar a protagonista.
O filme segue uma narrativa interessante, apesar de ser uma comédia romântica, o romantismo fica em segundo plano, servindo apenas como justificativa para dar início a história. A produção encontra subterfúgios entre o que a protagonista almeja, e o que de fato ela precisa, voltando todo o enredo do longa para um caminho de autodescoberta, e ressignificação de ações e conflitos.
De maneira estratégica, Patrick, faz parte dessa dinâmica. No decorrer da história e na tentativa de fazer com que o animal obedeça a seus comandos, Antoinette confidencia suas péssimas experiências amorosas, e suas lamentações sobre a vida. O jumento passa a ser então, seu ombro amigo, e uma espécie de terapeuta, pois, o fato de a protagonista dizer em voz alta tudo o que sente, faz com que ela repense suas escolhas.
´´Minha férias com Patrick`` não é um filme que fará o espectador gargalhar, tampouco é uma produção com reflexões sobre a vida, mas trata-se de uma história leve, com bons toques de excentricidade.
Texto publicado em Cinema & Companhia, do portal ArteCult.
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